Regulação do uso da inteligência artificial na área da saúde

Regulação do uso da inteligência artificial na área da saúde

Painel de abertura do Seminário Internacional de Proteção de Dados discute equilíbrio entre regulação e desenvolvimento tecnológico na Expo Compliance 2023

Na manhã desta sexta-feira, 04, o Seminário Internacional de Proteção de Dados preenche o cronograma de conteúdos da Expo Compliance 2023. No primeiro painel do dia, intitulado “Ética, Inteligência Artificial e Desafios Regulatórios”, foram apresentados estudos e debatidos benefícios e riscos da utilização da inteligência artificial na área da saúde com a participação dos painelistas Ingo Scarlet, Estela Aranha, Giovanni Saveedra e Gabrielle Scarlet.

A Profª. Dra. Gabrielle Scarlet apresentou em sua fala a pesquisa que produziu, “IA Generativa na área da saúde”, quando destacou os conceitos de saúde, contextualizou a legislação brasileira de atendimento virtual em saúde e demonstrou a forma como a utilização da tecnologia foi impulsionada pela telemedicina nos meses de pandemia, trazendo à luz a distância no acesso à saúde nas diferentes camadas da população. Então indicou perspectivas de impacto positivo na utilização da inteligência artificial para os profissionais da área da saúde, com horas de trabalho otimizadas e mais assertivas, e para a população, que poderá ter acesso à saúde preventiva e assim melhorar sua qualidade de vida. Mesmo assim, a Dra. Não deixou de destacar os riscos em privacidade, governança, preconceitos e outras questões éticas a partir de decisões enviesadas pela própria inteligência artificial, além da falta de conhecimento dos riscos da utilização uma vez que o uso da tecnologia é recente.

A doutora utilizou, por fim, o conceito do Anel de Giges, que deu origem a obra O senhor dos anéis, e é utilizado para representar a vazão a todos os sentimentos mais ocultos nas pessoas e contrapor os benefícios, pois vê risco de a inteligência artificial ser utilizada para prejudicar a humanidade. Como ferramenta, entende que pode ser utilizada para ambos os fins, beneficiando ou prejudicando a população, e que por esse motivo é importante a reflexão sobre a finalidade que queremos dar à utilização dessa ferramenta.

Dra. Estela Aranha iniciou sua fala destacando a relevância da discussão sobre ética e a necessidade da regulação da utilização da inteligência artificial pelos governos. Apontou que isso decorre da necessidade e relevância do entendimento aprofundado sobre a utilização das novas tecnologias. Um dos pontos de destaque apresentados pela palestrante foi a necessidade da realização de testes científicos que considerem os riscos e benefícios da utilização da inteligência artificia, garantindo assim segurança à socidade.

Dr. Ingo Scarlet, por sua vez destacou que a área da saúde demanda particularmente o olhar sobre a regulação governamental. Apontando ser bastante importante que haja reflexão adequada visto que essa área tem impacto bastante grande na população e esse é um dos motivos pelos quais oferece menos espaço para a auto regulação.

Dr. Giovanni Savedra, por fim, provocou os palestrantes em relação ao equilíbrio entre o nível de regulação e a capacidade de desenvolvimento das tecnologias, questionando sobre o caminho das propostas de regulação que estão sendo discutidas no momento.

Dra. Estela então pontuou que o desenvolvimento das tecnologias de inteligência artificial não parte da área da saúde, mas sim das áreas de computação e utilização de dados, o que traz a necessidade de reflexão sobre a segurança neste uso especificamente e que isso não deve barrar o desenvolvimento tecnológico científico.

Dra. Gabrielle destacou o artigo 219 da Constituição, que reforça que “o mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal”. A partir dessa base completou sua fala apontando que o respeito a esse fundamento traz segurança tanto para o investidor que trabalha no desenvolvimento das tecnologias, quanto para a população que utiliza esses recursos. Finalizou então convidando a sociedade para o debate, participando e opinando sobre as legislações que estão sendo pensadas no âmbito dos órgãos regulatórios.

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