A igualdade de gênero, com acesso igualitário para as mulheres, nos sistemas agroalimentares seria capaz de reduzir a insegurança alimentar de 45 milhões de pessoas e girar a economia global em 1 trilhão de dólares.
É isso que aponta um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, divulgado nesta quinta-feira (13/04).
A ponto focal de gênero da FAO no Brasil Úrsula Zacarias explicou o que são os sistemas agroalimentares.
“O termo se refere ao processo que abrange desde o acesso à terra, água, meios de produção, distribuição, comercialização até a mesa dos consumidores”, disse.
Segundo a especialista, o documento da FAO expõe de forma ampla a situação das mulheres nesses sistemas.
“São múltiplas fontes de desigualdade que restringem a participação das mulheres”, apontou.
A mensagem do relatório é de que “é preciso empoderar mulheres para diminuir brechas de gênero nesses sistemas e assim aumentar de forma significativa a produção econômica global e reduzir a fome.”
Globalmente, 36% das mulheres que trabalham estão empregadas em sistemas agroalimentares – são 38% de homens nestas funções.
Porém, os papéis desempenhados pelas mulheres tendem a ser marginalizados, além de apresentarem condições de trabalho piores do que as dos homens.
Os salários também são desiguais: mulheres ganham 82 centavos para cada dólar que os homens recebem.
Neste cenário, as trabalhadoras também têm menos acesso a crédito e treinamento, por exemplo.
Essas desigualdades contabilizam uma diferença de gênero de 24% na produtividade entre mulheres e homens agricultores.
Fonte CNN Brasil