As expectativas das partes interessadas e as mudanças regulatórias continuarão a evoluir e forçarão as organizações a implementar e dimensionar suas iniciativas de sustentabilidade. A expectativa de que as empresas tenham uma estratégia concreta para a sustentabilidade da cadeia de suprimentos continua aumentando, levando muitas a olhar além das metas para suas próprias operações e considerar as operações de seus fornecedores. O conceito de “fornecedor sustentável” pode ter significados distintos para diferentes organizações. Para alguns, a sustentabilidade significa conformidade do fornecedor com várias questões de acordo com os regulamentos locais e globais. Para outros, a sustentabilidade pode se estender a questões além da conformidade, como redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), diversidade da força de trabalho ou o desmatamento. Nos últimos anos, as empresas têm tomado várias medidas para avaliar as iniciativas de sustentabilidade de seus fornecedores. Por exemplo, o Walmart, com sua iniciativa Projeto Gigaton, visa incentivar os fornecedores a reduzir as emissões de GEE e a Apple anunciou planos para avaliar o impacto de seus principais parceiros de fabricação para descarbonizar suas operações, com a intenção de descarbonizar sua cadeia de suprimentos global até 2030. Enquanto algumas organizações já estão tomando medidas para entender as práticas de sustentabilidade de seus fornecedores e, em alguns casos, estão desempenhando um papel ativo na colaboração com suas redes de fornecedores para atingir metas, outras organizações estão em um estágio inicial ou ainda precisam agir. Com o atual estado de disrupção e incerteza econômica, pode ser tentador adiar os esforços de sustentabilidade. No entanto, a pesquisa da Gartner aponta para o investimento contínuo em programas de sustentabilidade nos próximos dois anos como uma estratégia para mitigar os impactos disruptivos, com 86% dos líderes empresariais vendo a sustentabilidade como um investimento que protege sua organização da disrupção. Para garantir a resiliência da cadeia de suprimentos, os Chief Supply Chain Officers (CSCOs) devem equilibrar as prioridades de curto e longo prazo, entendendo que a sustentabilidade não é mais algo bom de se ter, mas essencial para reduzir os riscos. Para os CSCOs que se perguntam por onde começar a entender as práticas de sustentabilidade do fornecedor e para aqueles que desejam continuar construindo o caso de negócios em sua organização, considere o seguinte: O Business Case para ganhar visibilidade As cadeias de suprimentos podem ser uma fonte significativa de valor inexplorado para as organizações. Eles podem maximizar a eficiência e identificar novas oportunidades para inovação de produtos e prestação de serviços que apoiem as metas ESG alinhadas com um futuro de baixo carbono. Alternativamente, a cadeia de suprimentos pode expor as organizações a riscos financeiros, regulatórios ou operacionais se os fatores ESG não forem considerados durante o desenvolvimento e execução da estratégia. Em uma pesquisa da Gartner, 72% dos líderes da cadeia de suprimentos reconhecem que os impactos das mudanças climáticas, mais comumente na forma de eventos ambientais, podem afetar sua capacidade de fornecer uma estratégia de cadeia de suprimentos eficaz. Ter visibilidade das práticas de sustentabilidade do fornecedor é fundamental para atingir as metas de descarbonização, melhorar o impacto ambiental de produtos e serviços e construir redes de cadeia de suprimentos mais resilientes. Envolver e incentivar fornecedores gera impacto Os fornecedores podem não ter recursos e capacidades para conduzir reduções de emissões por conta própria, exigindo colaboração e parceria para permitir o progresso. As organizações podem oferecer soluções para vários desafios, encontrando fornecedores onde eles estão em sua jornada de sustentabilidade. O envolvimento pode variar de orientação sobre a linha de base das emissões de GEE, definição de metas, identificação de oportunidades para redução de emissões, fontes de financiamento e oportunidades de networking entre pares. Os líderes da cadeia de suprimentos devem definir incentivos para acelerar o progresso entre os principais fornecedores. Lidere com um equilíbrio entre incentivos financeiros e não financeiros, como programas de recompensa e reconhecimento, oportunidades de co-branding ou condições de pagamento favoráveis. Os incentivos devem ser focados no progresso do fornecedor nas metas de sustentabilidade, e não em uma avaliação inicial de maturidade. No caso de falta de ambição ou progresso, os líderes da cadeia de suprimentos devem avaliar a troca de fornecedor para minimizar o risco. Acompanhar o progresso A sustentabilidade do fornecedor deve ser incorporada aos processos de aquisição existentes em todo o ciclo de vida do fornecedor. A aquisição tem sido focada no custo, qualidade e serviço há décadas, mas com o aumento das expectativas das partes interessadas e a expansão da legislação global, uma abordagem isolada para medir a sustentabilidade não é mais estrategicamente viável. Os líderes de compras devem definir expectativas antecipadamente com critérios de seleção de fornecedores, incluir KPIs de sustentabilidade em scorecards e responsabilizar os fornecedores pela melhoria contínua. Aproveitar a tecnologia para acompanhar o progresso pode permitir que recursos valiosos se concentrem em atividades estratégicas, como aumentar a conscientização e a capacidade do fornecedor. Quer sejam públicas ou privadas, grandes ou pequenas, quase todas as organizações se beneficiarão ao ganhar visibilidade nas iniciativas de sustentabilidade da cadeia de suprimentos. As expectativas das partes interessadas e as mudanças regulatórias continuarão a evoluir e forçarão as organizações a implementar e dimensionar suas iniciativas de sustentabilidade. Fonte: SDC Executive Compartilhe nas redes sociais:
Onde o COAF deve estar posicionado no organograma do governo federal?
Para responder essa pergunta há a necessidade de esclarecer o que é o COAF, quando foi criado e em que contexto o COAF foi criado. No atual contexto da era globalizada, ela vem acompanhada de inúmeros benefícios, tais como o desenvolvimento tecnológico. Dessa forma, podemos notar que a criminalidade se inseriu numa esfera mais sofisticada. Ou seja, a criminalidade tem evoluído acompanhando o desenvolvimento tecnológico, se aproveitando das facilidades da globalização e evolução tecnológica que se apresenta. Nesse sentido, importante observar que além de sofisticada, a criminalidade passou a ser exercida por figuras detentoras do poder político e econômico, e, portanto, a lavagem de dinheiro se torna um estágio principal desse novo esquema, tendo em vista que referido crime torna lícitos os recursos advindos de atividade ilícita antecedentes, propiciando sua utilização tranquila, obstando a atividade investigativa, permitindo seu reinvestimento e a continuidade da prática de tais delitos. No âmbito nacional, a lavagem de dinheiro aparece relacionado aos principais escândalos relativos à corrupção e ficou evidente que o crime de lavagem de dinheiro é um problema grave e de difícil superação, posto que além de contribuir para perpetuação da corrupção, causa imenso impacto negativo na sociedade. Diante do cenário brasileiro quanto ao grande índice de prática dos crimes de lavagem de dinheiro, que se tornou uma patologia brasileira, o Brasil começou implementar políticas públicas de combate e prevenção à lavagem de dinheiro, sendo o principal marco regulatório a promulgação da Lei nº 9.613/98, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, aborda a prevenção da utilização do sistema financeiro para tais ilícitos e cria o COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras. O COAF foi criado pela Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998 (Lei de Lavagem de Dinheiro), e reestruturado pela Lei nº 13.974, de 7 de janeiro de 2020, o Coaf esteve vinculado administrativamente ao Banco Central do Brasil (BCB). Em janeiro deste ano, logo após assumir, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio da Medida Provisória 1154/23 (MP 1154/23), realocou o conselho no Ministério da Fazenda. Por se tratar de Medida Provisória, a matéria precisa passar por análise do Congresso Nacional, apesar de estar em vigência. Pois bem, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) do Brasil, a autoridade central do sistema de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP), especialmente no recebimento, análise e disseminação de informações de inteligência financeira. Diante das atribuições e poderes concedidos ao COAF, constata-se que a sua atividade não é investigativa, tampouco, confunde-se com uma agência reguladora. Segundo Bechara , o COAF é um órgão de assessoramento aos órgãos reguladores e outros órgãos de justiça criminal, sendo que sua atividade tem a qualidade de inteligência. Em 2010, o Brasil passou a ser membro do Grupo de Ação Financeira (Gafi), este, com escopo de definir parâmetros internacionais de combate e prevenção a tais crimes, por meio de recomendações e avaliações periódicas do cumprimento destas. Além de ser signatário de convenções das Nações Unidas que envolvem o tema Prevenção à Lavagem de Dinheiro. Na condição de membro pleno do GAFI, o Brasil assumiu o compromisso de seguir e implementar suas Quarenta Recomendações, dentre elas a Recomendação 29, que dispõe sobre a obrigatoriedade da existência de uma UIF com jurisdição nacional e com autonomia operacional. Outro atribuição do Coaf é a de promover interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e internacionais que tenham conexão com o tema de PLD/FTP, atuando como coordenador nacional junto ao GAFI, além de integrar o Grupo de Ação Financeira da América Latina contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafilat) e o Grupo de Egmont, conjunto de mais de 160 UIF unidas em uma plataforma segura para troca de informações com o objetivo de combater esses crimes. O Coaf, ainda integra o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e faz parte da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) – articulação de órgãos, entidades públicas e sociedade civil, que atuam na prevenção e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Participa ainda do Conselho Consultivo do Sisbin e do Gabinete de Gestão Integrada de Prevenção e Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Pensando nos modelos de constituição das Unidades de Inteligência Financeira tem-se quatro modelos, o Modelo Judicial; o Modelo policial judiciário, o Modelo Administrativo e o Modelo Híbrido. O modelo judicial, de acordo com tal classificação, é estabelecido dentro da instância judiciária, sob o guarda-chuva do Ministério Público, comum em países em que o Ministério Publico integra o sistema judiciário sendo ele autoridade sobre os órgãos de investigação. Nesse modelo, o Ministério Público será responsável por receber as informações sobre atividades financeiras suspeitas reveladas pelas agências investigativas do setor financeiro de um país, possibilitando a aplicação de poderes judiciais como indisponibilidade de fundos, congelamento de contas bancárias, realização de interrogatórios e emissão de ordens de prisão, por exemplo. De outro modo é o modelo o modelo policial judiciário que consiste em unidades criadas como parte da estrutura policial, as quais detém poder investigatório. Nesse modelo, as informações recebidas poderão ser acessadas e utilizadas nas investigações criminais. Já o modelo administrativo, a UIF é uma autoridade administrativa, central e independente, que recebe e analisa informações recebidas do setor financeiro e de outros setores obrigados e dá conhecimento sobre os fatos suspeitos identificados às autoridades competentes para aplicação da lei. Por fim, o modelo híbrido, consiste em unidades que combinam elementos de pelo menos dois modelos supracitados. Diante dos modelos de constituição de unidade de inteligência financeira, podemos notar que o Coaf é constituído no modelo administrativo. Em outras palavras, a UIF realiza trabalhos de inteligência financeira, não sendo de sua competência, por exemplo, realizar investigações, bloquear valores, deter pessoas, realizar interrogatórios e outras atividades dessa natureza. Sabendo agora que o COAF foi