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O que Machado de Assis tem de lições formidáveis de Compliance.

Você já ouviu falar de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis? Pois é, esse livro é o famoso “defunto narrador” que nos conta sua própria história, mas com uma pegada cheia de ironia e sarcasmo. 

Publicado lá em 1881, ele escancara as falhas humanas com humor ácido, expondo a hipocrisia e a falta de ética de uma sociedade que, na verdade, não mudou tanto assim. E se você acha que um romance do século XIX não tem nada a ver com os dilemas atuais, vai por mim: tem tudo a ver!

“Tá, mas o que isso tem a ver com compliance?”, você pode estar pensando.

Vamos lá! Assim como o bom e velho Brás Cubas vive sem nem pensar nas consequências de suas ações – tipo aquele amigo que vive dizendo “deixa pro futuro resolver” –, muitas empresas, sem um programa de compliance, acabam agindo da mesma forma. Tomam decisões pensando só no ganho imediato, ignorando os impactos éticos. 

Ah, e lembra do famoso “jeitinho” brasileiro? Brás Cubas é mestre nisso! Ele adora dar um jeito de contornar regras para tirar proveito. E quantas empresas por aí não tentam a mesma coisa, encontrando brechas e burlar normas? Compliance serve justamente para dar aquela segurada no ímpeto de “passar a perna” nas regras, estabelecendo normas claras e um sistema de fiscalização para evitar essas escapadinhas. É como um balde de água fria no oportunismo.

Outro detalhe: Brás Cubas vive completamente alheio ao impacto de suas ações nos outros. E no mundo corporativo, essa atitude é uma receita certa para o desastre. Compliance é justamente o contrário disso: ele exige responsabilidade e prestação de contas. Empresas sérias sabem que precisam pensar nas consequências de cada decisão, porque empurrar sujeira para debaixo do tapete não funciona por muito tempo – eventualmente, alguém vai levantar esse tapete, e a bagunça vai ser bem feia.

No fim das contas, Memórias Póstumas de Brás Cubas e compliance têm tudo a ver. 

O comportamento irresponsável e egoísta de Brás Cubas pode muito bem simbolizar o que acontece em empresas que não têm um bom programa de compliance. Assim como o romance de Machado de Assis nos faz refletir sobre os limites da moralidade, o compliance lembra que, no mundo dos negócios (e, vamos ser sinceros, na vida!), ética e integridade são fundamentais.

Então, na próxima vez que ouvir a palavra compliance, lembra de Brás Cubas e de como ele nos ensina, meio sem querer, o que acontece quando a ética passa longe das decisões. É como aquele amigo que segura sua onda na festa antes que você faça algo de que vai se arrepender no dia seguinte. A diferença é que, no mundo corporativo, as consequências podem ser bem mais pesadas!

Sobre a autora: Laira Custódio é advogada especializada em Governança Corporativa e Compliance, apaixonada por criar um ambiente corporativo ético e transparente. Ampla experiência em desenvolvimento de programas de integridade e gestão de riscos. Possui certificação em Auditoria Líder de Sistema de Gestão de Compliance e Antissuborno – ISO 37001:2017 e ISO 37301:2021.

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